terça-feira, 18 de outubro de 2011

O golpe de estado

Martinho: Ando preocupado com a situação do país. 
Omar: A serio? 
M: Sim. Olha, no outro dia estava de tal maneira aflito que liguei para o 112. 
O: Mas porquê? Tiveste algum problema de saúde relacionado com essa tua preocupação? 
M: Não, liguei a pedir um golpe de estado. 
O: Um golpe de estado!? Ligaste para o número errado, homem! E que disseste?
M: Liguei e disse; Quero um golpe de estado - mas estava de tal maneira nervoso, que a senhora que me atendeu não deve ter percebido e pediu-me para eu me acalmar. Perguntou-me onde é que era o golpe e se eu tinha alguma hemorragia grave.
O: Onde era o golpe? Hemorragia grave? E tu, que respondeste?
M: Eu respondi que não podia estar calmo parente a situação do país, e que por mim o golpe podia ser em S. Bento, para não ser sempre no Rato, e que se fosse possível com muito sangue. 
O: E depois, o que aconteceu?
M: Depois, desliguei a chamada e fui comer tulicreme à colherada, para me acalmar.
O: À colherada? Sem pão?
M: Sim pá, cá em casa já não há dinheiro para o pão, compramos só o tulicreme, não podemos comprar as duas coisas.
O: Então, mas o tulicreme não é mais caro que o pão?
M: É, mas comer só pão não me acalma.